Parti. Sem uma palavra. Fechei a porta para nunca mais voltar. Deixei para trás o passado, a angústia da indecisão, as noites em branco, os choros corrosivos, as alucinações. Deixei uma vela acesa, em cima da mesa, como sinal de que, apesar do desespero que outras pessoas vão sentir contigo por perto, haverá sempre um ponto de luz para manter viva a esperança que dias melhores virão. Tornei-me numa pessoa tão diferente que nem eu própria me reconheço. É tempo de me reencontrar. Longe de ti. Forço-me a esquecer os momentos de dor e terror que me fizeste sentir, mas brindo à minha vitória. Finalmente, liberto-me. Uma vida nova espera-me lá fora. Uma segunda oportunidade que não quero desperdiçar. Tenho um mundo para conhecer e não vais ser tu a impedir-me. A morte chegará até mim naturalmente, não serás tu a antecipá-la.
Na cidade deserta deixo o meu lugar à disposição. A cadeira está vazia, até que consigas encontrar a próxima vítima. Espero mesmo é que nunca a encontres.
Deixo-te, sem remorsos. Fechei a porta. Para nunca mais voltar.
As drogas nunca foram um refúgio. Tomara que todos conseguissem perceber isso.
P.S. Este texto é meramente reflexivo. O perigo é real. E não acontece so aos outros. |
Comentários
Um texto bonito, apesar de toda a sua 'tristeza'.
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Beijinhos,
Um texto atento e consciente.
Beijinhos
o teu texto é uma excelente reflexao.
Beijinhos.
Mais uma vez tornas a surpreender-me, mas na positiva, claro, este teu texto tem uma grande carga emocional pela qual já vi muitas pessoas próximas caírem, e outras tantas graças a Deus se reerguerem.
Adorei!
Tem um belissimo fim de semana.
Bjokas mil e xi - corações.
Há pessoas que não percebem nem nunca vão perceber.
Beijinhos.