Cordas
Tenho cordas invisíveis a aprisionarem-me. Umas vezes dá-me a ilusão de estarem a desprenderem-se e quando tento soltar-me, elas comprimem-se, como que a lembrarem-me que ainda estão ali. Por tempo indeterminado.Tenho cordas invisíveis a apertarem-me. Sinto-as nas noites frias. Sinto-as quando o coração está em desassossego. Sinto-as quando sinto que algo está errado, que algo está a ir na direção errada, a caminho do incerto.
Tenho cordas invisíveis a sufocarem-me. Quando os pensamentos soltos se unem para dar forma aos piores pesadelos. Ao impensável. Ao repugnável. Ao doloroso. Quando a mente se torna na pior forma de tortura. Na dúvida. Na sombra. Na névoa.
Quero livrar-me delas. Destas cordas invisíveis que me magoam. Quero um elixir mágico que me cure as feridas e atenue as cicatrizes. Quero que estas cordas que me aprisionam a mente se vão embora. Que o tempo as enfraqueça. Que se desfaçam e não mais me perturbem.
Comentários
Gostei do texto, escreves sempre bem, aliás.
Laura, querida amiga, desejo que tenhas um Natal muito Feliz, extensivo aos que te são mais queridos.
Beijo.