Mãos velhas
Mãos velhas. Enrugadas. Porém, sábias e ágeis.
Aprenderam a Arte de dar forma ao disforme. Modelaram. Criaram.
Recordo o desembaraço delas. A leveza que contradizia com o seu aspecto.
Eram macias aquelas mãos. Mas partiram.
Senti a vida fugir-lhe por entre os dedos sem que nada pudesse fazer para impedi-lo.
Ao meu lado um semblante espectral, sorrindo-me cumplicemente. Era ela. A Morte.
Levou-me as mãos. A vida. O avô.
E fiquei eu, para limpar as lágrimas. Tristeza e desespero de mãos dadas. Juntas a olhar para um futuro próximo doloroso e já conhecido.
O Paraíso está de luto.
Comentários
sei o k é perder um avô muito querido e desejo-te muita força.
Se ajudar, podes ler a mnha carta de despedida para o meu avô aqui:
http://pastoradeestrelas.blogspot.com/2005/11/carta-de-despedida.html
bjks pastora de estrelas (k as estrelas te iluminem neste tempo mais escuro)
te beijo
Nê
Um grande abraço. Beijinhos
Minha poesia, tuas palavras
Por ti, poeta serei
Entre dor, saudade e lágrimas.
Poesia teu olhar divino
Teus lábios abençoado pranto
Teus dedos com ouro fino
Teu seio doce, meu leito.
Amor, minha causa
Em teu humilde olhar
A paz em ti pousa
Ficando eu a sonhar.
Tua inocência quem sabe
Talvez mulher, menina
A ti o mundo se abre
A vida fica pequena.
Nesse teu sono suave
Perco-me na imaginação
Como uma ferida ave
Vuando em vão.
Mas menina ou mulher
O que a vida fez de ti?
Menino, homem eu saber
O que fizeste de mim?
Deus o Todo Misericordioso e todos os santos estarão para ajudar a que comungue com eles da iluminação estpiritual eterna e imperecível.
Mas eu compreende muito bem a tua dor! É sempre um mau bocado, para nós, a separação física, mas realmente ele não morreu para ti, cada vez que te lembrares dele com amor.
Um abraço apertado neste momento de dor e um beijinho amigo,
Olha, tenho uma "tarefa" engraçada para ti no meu blog! Passa lá! Fico ansiosa de ler depois quais são... :p
Beijocas!!!!!
Compreendo a tua dor... e não há palavras que confortem o suficiente nestes momentos...
Muita força!!! ****
Tenho feito da morte a mensageira de teu júbilo. Por que lamentas? A luz, Eu a fiz derramar sôbre ti o seu esplendor. Por que te ocultas diante dêste esplendor?
Bahá'u'lláh"
Meu anjo,
Bem sei que neste momento talvez nada te possa consular, talvez as palavras que escolhi acima não te consolem, mas acredita que sinto muito dor pela qual estás a passar, só espero que acredites que ele está olhando por ti e por todos aqueles que sempre amou.
Força!
Tem um fim de semana o melhor possivel e uma semana cheia de luz em teu coração.
Bjokas mil e xi - corações.
Os seus passos pequenos, mas firmes, faziam compasso com os dele, ainda pequenos também pela idade ainda de criança, mas sentia-se como que o guardião daquele homem que naqueles momentos estava à sua responsabilidade e isso dava-lhe uma grande felicidade por estar a seu lado; também ele tinha consciência da doença que o minava pouco a pouco, também tinha forças para enfrentar aquela estranha harmonia de paz que os rodeava aos dois; uma paz diferente, um bem-estar compartilhado e interligado pelas duas mãos que se davam uma na outra, como dois cúmplices conscientes do "crime" que estavam a cometer a bem da harmonia e da paz de espírito, pois era carinho o que os rodeava e envolvia.
Mas o dia da partida (ou da chegada como o avô dele dizia às vezes por brincadeira) estava próximo. E quando esse dia surgiu ele teve consciência desse facto e soube-o enfrentar com uma dignidade que ainda hoje respeita.
Deitado na sua cama, e ele sentado a seus pés, o avô o olhoue com os seus lábios já muito finos, mas firmes, disse: "Vai chamar a tua Avó". Correu pelo corredor e foi chamar a Avó que, como sempre (toda a sua vida), estava agarrada aos tachos no fogão de lenha; na cozinha pairava um cheirinho a sopa quente.
-"Avó: o avô chamou-a."…Ela largou o fogão, limpou as mãos ao seu avental e dirigiu-se para o quarto onde ele estava; seguiu-a logo. Ela entrou no quarto e ele ficou à porta vendo.
Naquele momento, todo ele se transformou: na sua frente estava a sua Maria de todo o sempre, a Maria que sempre o acompanhou e que lhe deu as quatro filhas que ele tanto amou, a Maria que tantas vezes ele arreliou e ela perdoou. Na ombreira da porta ele assistia: a sua face pálida ganhou cor, os seus olhos pequeninos brilharam de plena felicidade e a sua boca se abriu com um enorme sorriso (o maior e mais bonito sorriso de felicidade que ele já vira em toda a sua vida!...) e disse: " Maria, senta-te aqui. "A sua Avó se sentou à cabeceira da cama e ele com o mesmo sorriso disse já numa voz mais apagada: -" Abraça-me."... A Avó o entrelaçou e ele viu os seus olhos pequeninos fecharem-se para todo o sempre, acompanhado com aquele sorriso lindo de felicidade!...
...
(foi assim que vivi a partida do meu avô...)
...um beijinho
Beijinhos e abração para ti,
Beijinhos,