O Génio da Lâmpada

- Mestre, obrigada por me teres libertado da lâmpada! Concedo-te três desejos, como prova da minha gratidão.
Luciano estava petrificado a olhar para o espectro de um génio da lâmpada, que sempre julgara fruto das mentes mais férteis.
- Mestre... Estou às tuas ordens. - Disse o génio da lâmpada, não percebendo a hesitação do homem que tinha à sua frente.
- Eu não quero nada. - Respondeu Luciano, pouco convencido da veracidade do momento.
- Mas tens de pedir qualquer coisa. Só estou livre depois de satisfazer os teus desejos, Mestre.
- Em primeiro lugar não me chamas Mestre!
- Desejo concedido!
- Como assim, desejo concedido?! Eu ainda não pedi nada!!!
- Pediste que não te chamasse Mestre. Já só tens dois desejos para satisfazer. Pensa bem antes de te precipitares.
Luciano estava furioso. Não medira as palavras e perdera a oportunidade de satisfazer um desejo grandioso. Ia ter mais cuidado agora. Pensou nas coisas que sempre quisera ter.
- Quero um casa maravilhosa perto da praia, com piscina e tudo do bom e do melhor.
* Puf *
- Desejo concedido. Aqui tens a chave da tua espectacular moradia ao lado da praia de Albar.
Luciano sorriu. Só faltava agora arranjar uma mulher de sonho!
- Para meu último desejo quero uma Mulher de sonho. LInda, cabelos compridos, corpo escultural e meiga.
* Puf *
Apareceu uma Mulher lindíssima ao lado de Luciano que ficou embasbacado com tamanha beleza. Nem em sonhos ele concebera uma mulher assim...
- Foi uma honra satisfazer os seus pedidos. Agora parto em liberdade.
Luciano começou a falar com a mulher que tinha ao lado e ao fim de três horas, estavam na casa espectacular que o Génio tinha oferecido.
Mas as coisas começaram a azedar ao fim de alguns dias. A mulher não o amava e quando descobriu que Luciano não tinha um tostão para ela gastar, começou a passar os dias fora de casa.
Luciano, para satisfazer alguns dos caprichos da sua mulher, vendeu alguns artefactos da casa de luxo. Mas as coisas desapareciam rapidamente e o dinheiro também.
Não tardou até Luciano ter de se desfazer da casa.
Certo dia, sozinho na praia de Albar, olhou para o mar e sentiu uma raiva enorme do génio que lhe dera a oportunidade de satisfazer três desejos. Fora o dia mais infeliz da sua vida.
Mas o erro não era do génio da lâmpada. Era do Lucicao que não soubera escolher as coisas certas. Preferiu o luxo à estabilidade finaneira. Preferiu a Beleza ao Amor. E estava tão compenetrado na formulação dos seus desejos que acabou por perder a oportunidade de escolher algo realmente bom.

Tititititi-tititititi...
O despertador tocou e interrompeu o sonho de Luciano.
Olhou para o lado. Sete horas da manhã.
«Felizmente foi só um sonho...»

Quantos de nós não nos precipitamos quando nos é depositada confiança ou algum poder?
Há que saber escolher e agir com ponderação. Não é todos os dias que aparece um Génio da Lâmpada para nos facilitar a vida... Nem que seja em sonhos.

Comentários

Mikas disse…
muitos de nós preferimos escolher o caminho mais fácil para encontrarmos o que queremos sem nos esforçarmos, e muitas das vezes esquecemo-nos do que realmente importa. beijinhos
Anónimo disse…
Gostei bastante de ler o excerto que aqui colocaste.
As pessoas no geral são assim, agem depressa de mais perante situações bruscas. O resultado está à vista.

Beijocas e inté.
Unknown disse…
Cacau minha querida amiguinha essa é uma est´rio muito da actualidade, infelizmente os homens são sempre os mesmos e os erros sempre iguais. Beijinhos querida e bom fim de semana
Dad disse…
Se eu tivesse um geniozinho às minhas ordens, mudava muita coisa! Mas será que mudava bem???
O texto é muito interessante.
Beijinhos Cakau!
Oi meu anjo,

Talvez um génio me ajudasse agora nesta altura, mas será que eu conseguiria formolar-lhe os desejos corretamente?, nossa quantas vezes as coisas estão ao nosso alcance e nós apenas vemos aquelas que não são para ver, ou pelos menos não deveriam ser para ver, e assim em vez de concretizarmos coisas boas tornamo nossas vidas num inferno.
Adorei o texto.
Um bom fim de semana cheio de luz.
Bjokas mil e xi - corações.

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