Entorpecimento da mente



A nossa mente é tão fascinante quanto perversa.
Pensamos que a dominamos quando, na verdade, é ela que nos domina.
Tão depressa nos leva a pensar que somos capazes de abraçar o mundo, sem qualquer esforço, como nos martiriza com pensamentos de pontas atadas. Tão atadas que já não conseguimos discernir a realidade da imaginação. Parecem indissociáveis.

Cheia de dúvidas, perguntou, em voz alta:
- Porque é que fazemos um filme quando nos apercebemos que não conhecemos a realidade tal como ela é?
A resposta veio-lhe quase instantaneamente.
Porque são nesses momentos que temos a certeza de que nada do que temos é um dado adquirido.
A ameaça está sempre presente. Mesmo nas coisas mais simples.

E é aí que a mente se torna ambígua. Tanto nos leva a procurar o equilíbrio como nos atiça com pensamentos que não se resolveram e que continuam a martelar, à espera que se desvaneçam sozinhos.

Despida de pensamentos e de copo de vinho na mão, Gabi sentou-se na varanda do seu quarto a contemplar a lua enquanto tentava, desesperadamente, encontrar uma réstea de paz interior. Se não conseguisse, sempre tinha o vinho para lhe entorpecer os sentidos.

Comentários

Su(sana) disse…
Não é a primeira vez que aqui venho e encontro um texto que vai ao encontro de algo que me leva a divagar...

E é bom sentir-me identificada com isso.

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