Que a nossa escada não tenha fim.


A vida é uma escada, com os seus degraus irregulares e nem sempre seguros. Umas vezes com um corrimão forte de apoio, outras vezes sem nenhum, apenas o da fé e que tem que ser suficiente, sobretudo nas horas sombrias e de dúvida.
Nem sempre subo os degraus. Há alturas em que fico estagnada num qualquer, perdida, sem saber se tenho forças suficientes para continuar a subir. Fico ali, parada, durante o tempo necessário para tomar uma decisão. Noutras alturas, resvalo e desço em queda, sentindo todos os embates do corpo contra os obstáculos, sem qualquer amortecimento. Tenho alturas em que subo depressa demais e isso tem o seu preço. Tenho outras em que dou um passo maior que as pernas e, inevitavelmente, tenho que retroceder. Mas não me permito ficar muito tempo no mesmo sítio, nem tão pouco perco tempo a lamentar e a vitimizar-me. A maior parte das vezes, e com as lágrimas ainda a escorrerem pela face e com o orgulho ferido, lá retomo a jornada, conhecendo o caminho de cor até ao patamar que me levou à queda. A partir daí, tento ser mais cautelosa - nem sempre com sucesso. Tenho em mim a característica inata de arriscar, de querer fazer a diferença, de provar-me a mim própria que só tenho os limites que aceito e me imponho. E, por isso, não perco tempo. Porque não sei quanto tenho e quero ir até onde puder. Desconheço o fim da minha escada.
Este ano, tal como todos os outros, foi um ano de subidas e descidas. Mas, certamente, não foi um ano igual aos outros, nem tão pouco foi de estagnação. Subi mais alto, desafiei-me. Foi um ano de mudanças, de maturação e de superação: profissional, pessoal, emocional, espiritual.  Foi um ano de sofrimento e de expansão. E antes de abraçar o próximo ano, que está a umas horas de distância, obrigo-me a parar e a refletir sobre quem sou hoje e quem quero ser amanhã, sobre o que conquistei estes meses e sobre o que quero conquistar daqui em diante.
Não tenho a pretensão de achar que amanhã vai ser tudo diferente e que os problemas de todos, miraculosamente, irão desaparecer. Não, irão ser exatamente os mesmos ou piores. Mas, não obstante os problemas, ninguém nos impede de ter a esperança de que será um dia melhor. E ainda que, para muitos não o seja, dia após dia, mudanças imperceptíveis ocorrem por forma a obtermos um certo equilíbrio emocional. A maior mudança que pode ocorrer é em nós. Se mudarmos, tudo o resto muda subsequentemente.
Sinto-me diferente e com a sensação urgente de viver, de continuar a sair da zona de conforto e de pensar fora da caixa. De criar novos projetos, ainda mais ousados, por forma a chegar ao maior número de pessoas possível. Porque, sim, essa é a minha missão desde que me conheço e até ao meu último dia de existência: chegar ao coração das pessoas e transformar-lhes a vida, para melhor. E 2020 será mais um ano de possibilidades e de construção do meu projeto de vida.
Os próximos doze meses são a oportunidade que todos temos de evoluir e de marcar a nossa passagem por aqui.
Agradeço a todos os familiares, amigos, colegas de trabalho, alunos, clientes e conhecidos que partilharam comigo tempo e experiências ao longo deste ano, e desde sempre, e que continuam a fazer parte de mim. Faço votos para que 2020 seja o vosso melhor ano!
Que a vossa escada continue a não ter limites, é o que vos desejo.

© Laura Alho

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